Ecclestone detona Horner: “Ele foi um idiota”
- Eletric Morumbi
- 11 de jul.
- 3 min de leitura

Christian Horner e Bernie Ecclestone
Mesmo sendo um dos aliados mais próximos de Christian Horner no paddock, Bernie Ecclestone não poupou críticas ao ex-chefe da Red Bull.
Em entrevista ao The Telegraph, o ex-chefe da Fórmula 1 foi direto ao comentar o escândalo que abalou a equipe. Segundo Ecclestone, o erro de Horner foi claro.
“Ele foi um idiota. Um homem de 50 anos agindo como se tivesse 20, achando que ainda era um dos garotos”, afirmou.
A declaração se refere ao episódio de sexting revelado 18 meses atrás. Apesar de Horner ter sido inocentado duas vezes, o vazamento das supostas mensagens de WhatsApp com uma funcionária mergulhou a Red Bull em um furacão de mídia e tensão interna.
Falta de empatia e discurso controverso
Ainda durante a entrevista, Ecclestone mostrou pouca empatia pela funcionária que acusou Horner de comportamento impróprio. Apesar da gravidade das acusações, ele minimizou a situação.
“Sempre me pergunto por que, se a garota se sentiu tão incomodada, não disse apenas: ‘Ei, pare com isso'”, disse ele.
Ao longo dos anos, Ecclestone já havia feito comentários depreciativos sobre mulheres. Dessa forma, sua declaração reforça uma visão antiquada sobre condutas corporativas e assédio no ambiente de trabalho.
Red Bull via poder demais concentrado em Horner
Outro ponto abordado por Ecclestone foi o crescente incômodo da alta cúpula da Red Bull com a concentração de autoridade em Horner. Segundo ele, a sede da empresa na Áustria começou a enxergar um desequilíbrio de poder em Milton Keynes.
“Alguns lá achavam que ele estava se safando demais. Não era o Red Bull Ring, era o Christian Horner Ring”, ironizou.
Enquanto Horner entregava resultados, todos fechavam os olhos. Porém, assim que os resultados começaram a oscilar, as cobranças se intensificaram. Pouco a pouco, surgiram rivais internos dispostos a tomar seu lugar.
Morte de Mateschitz agravou disputa interna
A tensão aumentou ainda mais após a morte de Dietrich Mateschitz em 2022. Com a perda do cofundador da Red Bull, o vácuo de liderança abriu espaço para disputas de poder. Ecclestone acredita que, a partir daquele momento, o cenário ficou confuso.
“Christian era o CEO. Quando sou CEO, quero mandar. Se eu errar, me demitam. Mas não dá para liderar pela metade”, afirmou.
Ou seja, a partir do instante em que Horner perdeu liberdade para agir como antes, sua permanência ficou ameaçada. Para Ecclestone, não havia mais clima para seguir no comando.
Centralização foi o erro fatal
Além disso, Ecclestone apontou a obsessão de Horner por controlar todos os setores da equipe como um erro estratégico. Segundo ele, Horner se recusava a delegar e fazia questão de assumir tudo – da engenharia à comunicação.
“Sugeriram que ele ficasse só como chefe de equipe. Mas ele insistia: ‘Sou o CEO'”, revelou Bernie.
Embora essa postura tenha funcionado por um tempo, ela se tornou insustentável. Quando a performance caiu, a cobrança por mudanças cresceu. E o modelo centralizado de Horner virou alvo imediato.
Fim de uma era – mas não sem legado
Apesar das duras críticas, Ecclestone reconheceu o legado vitorioso de Horner na Fórmula 1. Afinal, foram anos de domínio e conquistas históricas com a Red Bull.
“Ele ganhou muitos campeonatos. Estava acostumado a vencer. Só que, quando você para de ganhar – e sabe que nem tudo é culpa sua – lidar com isso se torna muito difícil”.
Com a saída de Horner, encerra-se um dos capítulos mais marcantes da era moderna da F1. No entanto, a instabilidade dentro da Red Bull promete continuar alimentando os bastidores do esporte.






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